(UEL 2017) - QUESTÃO

No início do século XIX, alguns naturalistas passaram a adotar ideias evolucionistas para explicar a diversidade do mundo vivo. Embora os teólogos naturais tivessem reconhecido a importância do meio ambiente e as adaptações dos organismos a ele, Jean-Baptiste Lamarck foi o primeiro a reconhecer a importância crucial do tempo para explicar a diversidade da vida. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma contribuição de Lamarck para o pensamento evolucionista da época, além do fator tempo. 

a) Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os mais aptos, eles tendem a transmitir aos descendentes as características relacionadas a essa maior aptidão para sobreviver. 
b) Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem, a cada geração, são os que apresentam determinadas características relacionadas com a adaptação às condições ambientais. 
c) Algumas características conferem a seus portadores vantagens para explorar o meio ambiente de forma a tornar a sobrevivência e a reprodução mais eficientes.
d) A variação casual apresenta-se em primeiro lugar e a atividade ordenada do meio ambiente vem posteriormente, ou seja, a variação independe do meio. 
e) A adaptação é o inevitável produto final de processos fisiológicos requeridos pelas necessidades dos organismos de fazer face às mudanças de seu meio ambiente.

                                                                                                                             Resposta: E

Esta questão contrapõe os mecanismos lamarckistas e darwinistas da mudança evolutiva. A questão pede para que seja assinalada a alternativa que apresenta uma contribuição de Lamarck para o pensamento evolucionista da época (início do século XIX). Todas as alternativas, com exceção da alternativa e), correspondem às contribuições darwinistas ao pensamento evolucionista e ao mecanismo da evolução. A alternativa e) é a única que apresenta o pensamento lamarckista. A diferença crucial entre Darwin e Lamarck, relativamente aos mecanismos da evolução, consiste em que, para Lamarck, o ambiente e suas mudanças detinham a prioridade. O ambiente produzia necessidades e atividades no organismo, e estas, por sua vez, operavam variações adaptativas. Para Darwin, a variação casual apresentava-se em primeiro lugar e a atividade ordenada do ambiente (“seleção natural”) vinha depois. Consequentemente, a variação não era causada pelo meio, nem direta nem indiretamente. No pensamento darwinista, a adaptação é o resultado da seleção natural. A seleção natural favorece, ao longo das gerações sucessivas, a permanência e o aprimoramento de características relacionadas à adaptação. Para Lamarck, a adaptação era o inevitável produto final dos processos fisiológicos, requeridos pelas necessidades de os organismos fazerem face às mudanças do seu meio ambiente. Para Lamarck, a aquisição de novos órgãos e novas faculdades era claramente um processo de adaptação.