Leia o poema de Claudio Manuel da Costa
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra,
Que para dar contágio a toda a terra
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado,
E a Pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas, não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais, eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes o que eu sigo,
Chorareis, ó Pastores, o que eu choro.
(Domício Proença Filho (org.). Roteiro da poesia brasileira, 2006.)
O uso da palavra “inimigo” (3ª estrofe) é explicado pelo
fato de que o eu lírico
a) ameaça os Pastores, informando que passará à posição
de adversário daquele que se aproximar da Pastora.
b) reconhece que teria sido imprudente se não alertasse os
Pastores sobre o perigo de se aproximarem da Pastora.
c) conclui que não é muito amigo aquele que se afasta de
seu grupo pelo amor de uma mulher.
d) admite que, ao contrário do que desejava, não tinha com
a Pastora uma relação ideal.
e) decide se libertar da relação amorosa, afastando-se da
mulher que antes amava.
O eu lírico sabe o sofrimento que provém da simples
contemplação da beleza da sua amada, por isso toma
a atitude de precaver os pastores para que eles não a
vejam e, assim, não sofram e nem chorem como o eu
poemático.
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