(ENEM 2016) - QUESTÃO

Com seu manto real em verde e amarelo, as cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas que lembravam também os tons da natureza do “Novo Mundo”, cravejado de estrelas representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, com o cabeção de penas de papo de tucano em volta do pescoço. D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco, coroado como um César em meio a coqueiros e paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo da nacionalidade. 
SCHWARCZ, L. M. As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras. 1998 (adaptado). 

No Segundo Reinado, a Monarquia brasileira recorreu ao simbolismo de determinadas figuras e alegorias. A análise da imagem e do texto revela que o objetivo de tal estratégia era 

a) exaltar o modelo absolutista e despótico. 
b) valorizar a mestiçagem africana e nativa. 
c) reduzir a participação democrática e popular. 
d) mobilizar o sentimento patriótico e antilusitano. 
e) obscurecer a origem portuguesa e colonizadora

                                                                                                                             Resposta: E

O regime imperial brasileiro buscou construir uma identidade nacional valorizando elementos nativos e nesse contexto sobressaía-se a figura do índio. Tratava-se aqui, sobretudo, de um índio estilizado, passado, capaz de feitos heroicos e resgatado de forma quase mítica através das artes plásticas e literatura. Ao indígena se juntava o europeu, e da mistura surgia uma nova civilização, original, em meio aos trópicos, definitivamente distinta da antiga metrópole.