Leia o soneto “VII”
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
O tom predominante no soneto é de
a) ingenuidade.
b) apatia.
c) ira.
d) ironia.
e) perplexidade.
O eu poemático inicia o soneto com interrogações
(“Onde estou?”, “Quem fez tão diferente aquele
prado?”) que revelam seu espanto ao se encontrar em
um lugar que, outrora conhecido, parece, no momento
da enunciação, diferente. Conclui então que as
alterações são aparentes, pois são fruto da
perturbação interna, da confusão de seu estado
interior (“Meus males, com que tudo degenera!”), o
que condiz com a ideia de perplexidade.
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