A afirmação de que os gregos se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., embora seja rigorosamente verdadeira, precisa ser modificada de forma considerável, porque, do contrário, nos levará a interpretações errôneas. A verdade é que algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e escrever; e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas era maior nas democracias do que em outros regimes.
(J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.)
A ligação entre a escrita e a organização política pode ser explicada pela
a) dependência das decisões coletivas às explicações filosóficas sobre a existência da humanidade.
b) participação nas guerras entre cidades gregas de indivíduos com ampla formação militar.
c) necessidade de conferir plena publicidade às manifestações da vida social para o conjunto dos cidadãos.
d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados do direito de participação na assembleia dos cidadãos.
e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos de ampla circulação no mundo grego.
A palavra, falada e escrita, foi entre os gregos das Pólis da Antiguidade o principal meio de organização política. Os textos escritos serviam para a divulgação das decisões das assembleias e governantes, e para que as leis e demais assuntos de interesse coletivo fossem de conhecimento público. Cabe ressaltar que, nas Pólis de regime democrático, proporcionalmente mais pessoas participavam da vida pública e, portanto, compartilhavam da cultura letrada.
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