Quando a crase muda o sentido
Muitos deixariam de ver a crase como bicho-papão se
pensassem nela como uma ferramenta para evitar
ambiguidade nas frases
O emprego da crase costuma desconcertar muita gente.
A ponto de ter gerado um balaio de frases inflamadas ou
espirituosas de uma turma renomada. O poeta Ferreira
Gullar, por exemplo, é autor da sentença "A crase não foi
feita para humilhar ninguém", marco da tolerância
gramatical ao acento gráfico. O escritor Moacyr Scliar
discorda, em uma deliciosa crônica "Tropeçando nos
acentos", e afirma que a crase foi feita, sim, para
humilhar as pessoas; e o humorista Millôr Fernandes, de
forma irônica e jocosa, é taxativo: "ela não existe no
Brasil".
O assunto é tão candente que, em 2005, o deputado João
Herrmann Neto, (...), propôs abolir esse acento do
português do Brasil por meio do projeto de lei 5.154, pois
o considerava "sinal obsoleto, que o povo já fez morrer".
Bombardeado, na ocasião, por gramáticos e linguistas
que o acusavam de querer abolir um fato sintático como
quem revoga a lei da gravidade, Herrmann Neto logo
desistiu do projeto.
(Adaptado, Revista Língua, edição 48)
Na passagem “O assunto é tão candente que, em 2005, o
deputado João Herrmann Neto, (...), propôs abolir esse
acento”, o termo sublinhado, em sentido denotativo,
significa
a) ardente.
b) polêmico.
c) urgente.
d) efêmero.
e) obscuro.
RESPOSTA: B
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O adjetivo “candente” significa “que está ardendo em
brasa” (Dicionário Houaiss). A palavra foi empregada
em sentido figurado, assim como “ardente” da alter -
nativa a. Em sentido denotativo, significa “polêmico”,
por se tratar de um assunto que gera muita discussão.
no texto o sentido empregado para candente é e polêmico, mas o sentido denotativo, literal não seria ardente?
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