Sempre que a relevância do discurso entra em jogo, a
questão torna-se política por definição, pois é o discurso
que faz do homem um ser político. E tudo que os homens
fazem, sabem ou experimentam só tem sentido na medida
em que pode ser discutido. Haverá, talvez, verdades que
ficam além da linguagem e que podem ser de grande
relevância para o homem no singular, isto é, para o
homem que, seja o que for, não é um ser político. Mas
homens no plural, isto é, os homens que vivem e se
movem e agem neste mundo, só podem experimentar o
significado das coisas por poderem falar e ser inteligíveis
entre si e consigo mesmos.
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004.
No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a importância
da linguagem no processo de
a) entendimento da cultura.
b) aumento da criatividade.
c) percepção da individualidade.
d) melhoria da técnica.
e) construção da sociabilidade.
O texto clássico “A condição humana” retoma a tônica
de que o que nos faz humanos é a prática da
significação, no texto visto por meio do discurso
carregado do senso simbólico. Imersos na alienação
econômica, intelectual e política, cabe aos “homens no
plural […] experimentar o significado das coisas por
poderem falar e ser inteligíveis […]”, como ocorre na
construção do laço social.
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