Leia o trecho do livro O fim da Terra e do Céu, de Marcelo Gleiser
Durante toda a história da humanidade, a passagem do tempo sempre foi vista com um misto de fascínio e terror. Como todos os seres vivos, nós nascemos, atingimos a maturidade, procriamos e morremos. Mas, aparentemente, apenas nós temos consciência de nossa mortalidade. Essa consciência é uma bênção e uma maldição. Na tentativa de produzir um legado que, esperamos, sobreviva à nossa curta vida, nós criamos obras de arte e teorias, temos filhos e ajudamos aqueles que sofrem necessidades. No entanto, indiferente às nossas criações e paixões, a morte continua a causar desespero, lágrimas e gritos contra a injustiça, comprovando nossa derrota final diante da onipotência da Natureza em criar e destruir. Para aliviar o medo da morte e a dor de perder uma pessoa amada, as religiões do Leste e do Oeste transformaram o fim da vida em um evento que vai muito além da mera incapacidade de um corpo continuar a funcionar. Algumas designam a vida e a morte como etapas igualmente importantes de um eterno ciclo de existência, enquanto outras prometem a vida eterna no Paraíso para aqueles que seguirem seus preceitos. (O fim da Terra e do Céu, 2011.)
a) a história da humanidade é a história da progressiva submissão da Natureza à vontade humana.
b) a percepção da própria finitude parece ser algo que caracteriza os seres humanos frente aos demais seres vivos.
c) a vontade desesperada de transcender a própria finitude constitui o principal legado humano.
d) a consciência de que o legado dos seres humanos está destinado à destruição parece ser a principal fonte do sofrimento humano.
e) a morte constitui um evento que não se restringe à mera incapacidade física de um corpo.
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