Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”
Observação:
hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado
É traço relevante na caracterização do estilo de época a que pertence o texto:
a) a progressão temática que constrói forças de tensão entre pecado e salvação.
b) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo onírico do poeta.
c) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico.
d) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o conhecimento verdadeiro e redentor.
e) a força argumentativa de uma poesia com marcas exclusivas de ideais antropocêntricos.
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➥ Resposta comentada: (a)
Embora formulada em termos rebarbativos (“progressão temática”, “constrói forças de tensão”), a alternativa a é a única aceitável. Ela resume o agenciamento dos temas “pecado” e “salvação”, que de antitéticos são transformados pelo poeta em complementares, pois, em lugar de os opor, o poeta apresenta a salvação como consequência necessária do pecado, de forma que mais pecado humano implicaria mais empenho divino na salvação, num raciocínio (talvez sofístico) tipicamente barroco, conceptista.
a) a progressão temática que constrói forças de tensão entre pecado e salvação.
b) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo onírico do poeta.
c) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico.
d) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o conhecimento verdadeiro e redentor.
e) a força argumentativa de uma poesia com marcas exclusivas de ideais antropocêntricos.
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➥ Resposta comentada: (a)
Embora formulada em termos rebarbativos (“progressão temática”, “constrói forças de tensão”), a alternativa a é a única aceitável. Ela resume o agenciamento dos temas “pecado” e “salvação”, que de antitéticos são transformados pelo poeta em complementares, pois, em lugar de os opor, o poeta apresenta a salvação como consequência necessária do pecado, de forma que mais pecado humano implicaria mais empenho divino na salvação, num raciocínio (talvez sofístico) tipicamente barroco, conceptista.
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