(ESPM-SP 2016/1) - QUESTÃO

Mas eu vinha bem-andante, e ávido, aberto a todas as alegrias, querendo agarrar mais prazeres, horas de inteira terra. Por que vim? Foi-me dado, ainda no último momento, dizer que não, recusar- -me a este posto. Perguntaram-me se eu queria. Ante a liberdade de escolha, hesitei. Deixei que o rumo se consumasse, temi o desvio de linhas irremissíveis¹ e secretas, sempre foi a minha ânsia querer acumpliciar-me² com o destino. E hoje, tenho a certeza: toda liberdade é fictícia, nenhuma escolha é permitida; já então, a mão secreta, a coisa interior que nos movimenta pelos caminhos árduos e certos, foi ela que me obrigou a aceitar. O mais-fundo de mim mesmo não tem pena de mim; e o mais-fundo de meus pensamentos nem entende as minhas palavras. (Guimarães Rosa, “Páramo” in: Estas Estórias)
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¹irremissível: imperdoável, irremediá- vel, inevitável. ²acumpliciar-se: tornar-se cúmplice.

Pela leitura do texto, pode-se concluir que o autor: 

a) tinha temor em tornar-se cúmplice do destino. 
b) desejava com alegria ludibriar a sorte da vida. 
c) recusou-se a aceitar o destino como é. 
d) julgava-se a princípio um ser livre.
e) buscava caminhos certos no destino

RESPOSTA: D

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