Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda
nodosa que me pintou as costas de manchas
sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade,
eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos.
Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com
água de sal – e houve uma discussão na família. Minha
avó, que nos visitava, condenou o procedimento da
filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem
querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era
o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para
a progressão temática. No fragmento, esse processo é
indicado pela
a) a alternância das pessoas do discurso que determinam
o foco narrativo.
b) utilização de formas verbais que marcam tempos
narrativos variados.
c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam
os eventos narrados.
d) justaposição de frases que relacionam semanticamente
os acontecimentos narrados.
e) recorrência de expressões adverbiais que organizam
temporalmente a narrativa.
O trecho narrativo contém verbos em vários tempos
de passado (“surrou”, “distinguia”, “deitaram-me”,
“ferira-me”) , marcando a sequência de ações do
enredo.
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