A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao
dever. [ ... ] O jogo se transformou em espetáculo, com
poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para
olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios
mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser
jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do
esporte profissional foi impondo um futebol de pura
velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia
a fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos
campos, [ ... ] algum atrevido que sai do roteiro e comete
o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além
do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer
do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.
GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM
Pockets, 1995 (adaptado).
O texto indica que as mudanças nas práticas corporais,
especificamente no futebol,
a) fomentaram uma tecnocracia, promovendo uma
vivência mais lúdica e irreverente.
b) promoveram o surgimento de atletas mais habilidosos,
para que fossem inovadores.
c) incentivaram a associação dessa manifestação à
fruição, favorecendo o improviso.
d) tornaram a modalidade em um produto a ser
consumido, negando sua dimensão criativa.
e) contribuíram para esse esporte ter mais jogadores, bem
como acompanhado de torcedores.
No texto, Eduardo Galeano comenta o viés
mercadológico que tomou conta do futebol,
transformando-o em “um dos negócios mais lucrativos
do mundo”, um produto a ser consumido, inibindo a
criatividade dos jogadores e tornando o esporte mais
técnico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OBRIGADO PELO COMENTÁRIO!