(ENEM 2016) - QUESTÃO

TEXTO I 

Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. 
HOBBES. T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003

TEXTO II 

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. 
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petropolis; Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) 

a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. 
b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. 
c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. 
d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original. 
e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

_______________________________________________________________________ Resposta: A
Resolução Comentada:
O conceito de estado de natureza em Hobbes é caracterizado como o de “guerra de todos contra todos”, no qual a livre atuação dos homens e a busca pela satisfação dos desejos acaba resultando em uma situação de insegurança e falta de garantias de sobrevivência. A criação do Estado encerra a estado de natureza e o medo, instaurando o estado de sociedade.