(Fgv 2015) - QUESTÃO (Q 0781)

 No livro de crônicas Cidades Mortas, o escritor Monteiro Lobato descreve o destino de ricas cidades cafeicultoras do Vale do Paraíba. Bananal, que chegou a ser a maior produtora de café da província de São Paulo, tornou-se uma “cidade morta”, que vive do esplendor do passado: transformou-se em uma estância turístico-histórica, mantendo poucas sedes majestosas conservadas, como a da Fazenda Resgate. A maioria, entretanto, está em ruínas. O fim da escravidão foi o fim dos barões. E também o fim do Império. 
(Sheila de Castro Faria, Ciclo do café In Luciano Figueiredo (org), História do Brasil para ocupados, 2013, p.164)

Sobre a conclusão apresentada no texto, é correto afirmar que 

a) a decadência econômica do vale do Paraíba tem fortes vínculos com as periódicas crises internacionais que reduziam a demanda pelo café, mas a causa central da derrocada do cultivo nessa região foi a ação do Império combatendo a imigração. 
b) o Centro-Sul, especialmente a região do vale do Paraíba, manteve uma constante crítica à Monarquia, em razão da defesa que esta fazia do federalismo, opondo-se ao centralismo político-administrativo, prejudicial aos negócios do café. 
c) a decadência da produção cafeeira no vale do Paraíba, relacionada aos problemas de solo, foi impulsionada pela abolição da escravatura, fato que levou os grandes proprietários de terra da região a retirarem o seu apoio à Monarquia. 
d) as divergências entre os cafeicultores do vale do Paraíba e a liderança do Partido Conservador cristalizaram-se com o fim do tráfico de escravos, culminando no rompimento definitivo com a lei do Ventre Livre. 
e) a posição antimonarquista dos cafeicultores do vale do Paraíba, fundadores do Partido Republicano, resultou na imposição de medidas, por parte da elite imperial, prejudiciais a essa elite, como a proibição da entrada de imigrantes. 

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RESPOSTA: C


 A questão remete a uma relação entre cafeicultura, escravidão e a monarquia. O café começou a ser produzido em larga escala no Vale do Paraíba de maneira tradicional, ou seja, com latifúndio escravista visando o mercado externo bem parecido com o contexto do engenho colonial. Assim, esta elite escravista do Rio de Janeiro apoiava a monarquia. Porém, depois de algumas décadas o solo foi se desgastando surgindo erosões e a lavoura cafeeira começou a migrar rumo ao “Oeste Paulista”. No vale do Paraíba, surgiram então, “as cidades mortas” que começaram a viver do esplendor do passado através do turismo. Desta forma, há uma relação entre a crise da cafeicultura no Rio de Janeiro, abolição da escravatura e o fim da monarquia considerando que os barões do café após a Lei Áurea abandonam a monarquia.

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