Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas cidades.
b) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia do
sistema prisional.
c) As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência
no Brasil.
d) A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas metrópoles brasileiras.
e) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.
RESPOSTA: C
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» RESPOSTA COMENTADA:
a) Incorreta, pois a violência nas grandes cidades do Brasil tem sido considerada um dos principais problemas enfrentados
por seus habitantes. Estudos sociológicos recentes demonstram que as políticas repressivas, atualmente
praticadas contra o crime organizado, bem como as ações da segurança pública e das agências oficias do Estado,
não têm sido suficientes para erradicar a violência e a insegurança presentes no meio urbano e nas grandes cidades.
Pelo contrário, a violência tem se intensificado nos últimos anos. Se, de um lado, práticas violentas são usadas para
manter a ordem social, por parte dos órgãos oficiais, como a polícia, por outro, o crime violento e a delinquência são
fatores que cresceram nas últimas décadas nas grandes cidades.
b) Incorreta, pois o sistema prisional no Brasil constitui atualmente um dos grandes paradoxos e problemas da segurança
pública do país. As prisões são palco de grandes rebeliões, com execução de presos e lutas entre facções criminosas,
assim como a superlotação e a permanente violação dos direitos humanos. Contrário à afirmativa, as condições precá-
rias do sistema prisional brasileiro, bem como a fragilidade do Estado em combater o narcotráfico e incluir socialmente
as populações mais pobres, somadas às práticas de violência, como detenção arbitrária e tortura, contribuem para o
aumento das taxas de violência e homicídios entre os jovens pobres, especialmente os que habitam as periferias das
grandes cidades.
c) Correta, pois, a despeito das políticas públicas de combate à pobreza e de inclusão social existentes atualmente
no Brasil, bem como da Constituição Federal de 1988 que amplia e assegura direitos aos cidadãos brasileiros, as
relações sociais no país são marcadas pelas persistentes desigualdades, assimetrias e clivagens não somente entre
classes, mas também entre grupos socioculturais diversos. Fatores como renda, origem, local de moradia, gênero,
etnia, escolaridade, religião, cor da pele, entre outros, acentuam a violência no cotidiano da vida social da população
brasileira. Não é raro que mulheres, minorias, cidadãos pobres, negros, imigrantes e moradores das periferias das
grandes cidades sejam considerados e percebidos como potenciais perturbadores da ordem social e, portanto, vítimas
da violência tanto no espaço público quanto no privado. Isso revela traços institucionais do autoritarismo-conservador
ainda presente no país e a intolerância pelas diferenças e diversidades.
d) Incorreta, pois, a violência urbana contemporânea não é resultado do choque de diferentes civilizações, mas, sim, das
persistentes desigualdades e exclusão socioeconômica, da fragilidade do Estado brasileiro em assegurar e proteger os
direitos fundamentais dos cidadãos, bem como pela presença na sociedade de traços institucionais do autoritarismo
conservador e da intolerância às diferenças e diversidades socioculturais.
e) Incorreta, pois, o reconhecimento formal dos direitos individuais no Brasil por meio da Constituição Federal de 1988
não garantiu a diminuição da violência e o desenvolvimento de uma cultura de paz. A aplicação pouco eficiente
da lei resulta na persistência da impunidade em relação às práticas de tortura e prisões arbitrárias pela polícia e
agências de segurança pública. Também não tem impedido o surgimento de grupos de extermínio, linchamentos,
milícias e justiceiros que contribuem para os crimes contra a vida e a integridade física, os assassinatos extrajudiciais
e homicídios.
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http://www.cops.uel.br/vestibular/2015/provas/1a_Fase/17601_1_comentada.pdf
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