– São uma formosura os governantes que tu modelaste,
como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...]
– Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias
o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição;
que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas
não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando
os governantes, um ou vários, forem filósofos
verdadeiros, que desprezem as honrarias atuais, por as
considerarem impróprias de um homem livre e destituídas
de valor, mas, por outro lado, que atribuem a máxima
importância à retidão e às honrarias que dela derivam, e
consideram o mais alto e o mais necessário dos bens a
justiça, à qual servirão e farão prosperar, organizando
assim a sua cidade?
(Platão. A República, 1987.)
O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C.,
caracteriza
a) a predominância das atividades econômicas rurais
sobre as urbanas e enfatiza o primado da racionalidade.
b) a organização da pólis e sustenta a existência de um
governo baseado na justiça e na sabedoria.
c) o caráter aristocrático da pólis durante o período das
tiranias em Atenas e defende o princípio da igualdade
social.
d) a estruturação social da pólis e destaca a importância
da democracia, consolidada durante o período de
Clístenes.
e) a importância da ação de legisladores, como Drácon e
Sólon em Atenas, e apoia a consolidação da militarização espartana.
A questão aborda a concepção de Platão acerca da
forma de governo ideal: segundo ele, seria o governo
dos filósofos (sábios), embasados no senso de justiça.
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