(UNESP 2021) - QUESTÃO

Leia o poema “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder.


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Corpo, 2015.)

As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer modificação na forma. A este processo de enriquecimento vocabular pela mudança de classe das palavras dá-se o nome de “derivação imprópria”. 

(Celso Cunha. Gramática do português contemporâneo, 2013. Adaptado.)

No contexto do poema “Ausência”, observa-se um exemplo de derivação imprópria no verso 
a) “Hoje não a lastimo.” 
b) “A ausência é um estar em mim.” 
c) “que rio e danço e invento exclamações alegres,” 
d) “ninguém a rouba mais de mim.”
e) “Por muito tempo achei que a ausência é falta.” 



Dá-se o nome de derivação imprópria à palavra que teve sua classificação morfológica alterada, como é o caso do verbo “estar”, que foi empregado no texto como substantivo, por vir antecedido de um artigo “um estar”.

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