A poesia dos antigos era a da posse, a dos novos é
a da saudade (e anseio); aquela se ergue, firme, no chão
do presente; esta oscila entre recordação e pressentimento.
O ideal grego era a concórdia e o equilíbrio perfeitos
de todas as forças; a harmonia natural. Os novos, porém,
adquiriram a consciência da fragmentação interna que
torna impossível este ideal; por isso, a sua poesia aspira
a reconciliar os dois mundos em que se sentem divididos,
o espiritual e o sensível, fundindo-os de um modo indissolúvel.
Os antigos solucionam a sua tarefa, chegando à
perfeição; os novos só pela aproximação podem satisfazer
o seu anseio do infinito.
(August Schlegel apud Anatol Rosenfeld.
Texto/Contexto I, 1996. Adaptado.)
Os “novos” a que se refere o escritor alemão August
Schlegel são os poetas
a) românticos.
b) modernistas.
c) árcades.
d) clássicos.
e) naturalistas.
Resposta: A
O texto está baseado na ideia de oposição entre a poesia clássica e a romântica. Aquela, marcada pela retomada do ideal grego de equilíbrio, e esta, pela consciência da fragmentação interna que inviabiliza a harmonia almejada pelos clássicos. A fusão entre o espiritual e o sensível também é um elemento destacado na produção poética romântica.