(ENEM 2018) - QUESTÃO

O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movi - mento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. 

MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado)

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por 
a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. 
b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. 
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. 
d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. 
e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. 



A investigação e a reflexão filosófica exigem rigor de postura cognitiva e coerência, mas são também mar - cadas pela inquietação contínua que nos convida a considerar outros argumentos e diferentes pontos de vista. O texto aborda essa difícil conciliação entre a necessidade de rigor e o perigo de se produzir um saber absoluto. 

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