Leia o excerto do poema “Nosso tempo”, de Carlos Drummond de Andrade, publicado originalmente em 1945 no livro A rosa do povo, para responder a questão a seguir.
Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.
[...]
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta,
um verme.
(Reunião, 1969.)
No excerto, o eu lírico
(A) cria imagens para concretizar uma utopia capitalista, em
contraposição ao mundo socialista então vigente.
(B) lamenta que alguns poetas, ao utilizarem a arte como
instrumento para uma causa política, esqueçam-se da
prioridade do valor estético da poesia.
(C) manifesta uma inquietação diante do momento histórico,
colocando-se a serviço de uma transformação social,
econômica e política.
(D) defende que a beleza pode nascer em qualquer situação,
não apenas no domínio das obras artísticas.
(E) julga que são ínfimos os recursos do poeta, se o que se
pretende é uma transformação social que ultrapasse os
limites da estética.
RESPOSTA: C
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OBRIGADO PELO COMENTÁRIO!