(FEMEMA 2016) - QUESTÃO

Leia o excerto do poema “Nosso tempo”, de Carlos Drummond de Andrade, publicado originalmente em 1945 no livro A rosa do povo, para responder a questão a seguir. 

Este é tempo de partido, 
tempo de homens partidos. 

Em vão percorremos volumes, 
viajamos e nos colorimos. 
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. 
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. 
As leis não bastam. Os lírios não nascem 
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra. 

[...] 

O poeta 
declina de toda responsabilidade 
na marcha do mundo capitalista 
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas 
promete ajudar 
a destruí-lo 
como uma pedreira, uma floresta, 
um verme. 

(Reunião, 1969.)

No excerto, o eu lírico

(A) cria imagens para concretizar uma utopia capitalista, em contraposição ao mundo socialista então vigente. 
(B) lamenta que alguns poetas, ao utilizarem a arte como instrumento para uma causa política, esqueçam-se da prioridade do valor estético da poesia. 
(C) manifesta uma inquietação diante do momento histórico, colocando-se a serviço de uma transformação social, econômica e política. 
(D) defende que a beleza pode nascer em qualquer situação, não apenas no domínio das obras artísticas. 
(E) julga que são ínfimos os recursos do poeta, se o que se pretende é uma transformação social que ultrapasse os limites da estética.

RESPOSTA: C

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