(UNESP) - QUESTÃO

 A questão a seguir toma por base o soneto Acrobata da dor, do poeta simbolista brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898):

Acrobata da Dor

Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta...

Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa,
nessas macabras piruetas d’aço...

E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.

(João da Cruz e Sousa. Obra completa.
Rio de Janeiro: Editora Aguilar, 1961.)

O Simbolismo se caracterizou, entre outros aspectos, pela exploração dos sons da língua para estabelecer nos poemas uma musicalidade característica, por meio de diferentes processos de repetição de sons ao longo dos versos e em estrofes inteiras. Na primeira estrofe do soneto de Cruz e Sousa nota-se esse procedimento de repetição, especialmente no

I. primeiro verso.
II. segundo verso. 
III. terceiro verso. 
IV. quarto verso.

a) I e II. 

b) I e III. 

c) I e IV. 

d) I, II e IV. 

e) II, III e IV. 


Nos versos 1 e 3, há aliteração do r e do rr, sugestiva da gargalhada nervosa do palhaço: gaRgalha, Ri, num Riso de toRmenta – neRvoso, Ri, num Riso absuRdo, inflado.

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