Chegamos a uma situação de exploração mesmo sem
patrão, já que o introjetamos. Quem é o pior senhor se
não aquele que mora dentro de nós? Em nome de palavras
falsamente emancipatórias, como empreendedorismo, ou
de eufemismos perversos como “flexibilização”, cresce
o número de “autônomos”, livres apenas para se matar
de trabalhar. Os autônomos são autômatos, programados
para chicotear a si mesmos. E mesmo os empregados
se “autonomizam” porque a jornada de trabalho já não
acaba. Todos os trabalhadores culpados porque não
conseguem produzir ainda mais.
(Eliane Brum. https://brasil.elpais.com, 04.07.2016. Adaptado.)
O conteúdo do excerto expressa o conceito filosófico de
a) super-homem.
b) modo de produção.
c) sistema panóptico.
d) escravidão moderna.
e) sociedade do desempenho.
O conceito de sociedade do desempenho foi elaborado
pelo filósofo sul-coreano naturalizado alemão ByungChul Han em seu livro A Sociedade do Cansaço,
segundo o qual entramos em uma sociedade que
valoriza a eficiência, o protagonismo, a contínua
elaboração de projetos profissionais e o sucesso.
O trabalhador nessa sociedade exige de si mesmo
(conforme diz o texto: programados para chicotear a
si mesmos), e trabalha até a exaustão, correndo o risco
de chegar ao burnout.
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