Leia o texto abaixo para responder as questões (1) e (2).

A voz subterrânea 

Às vezes ouvia-se um canto surdo, 
que parecia vir debaixo da terra. 
Até que os homens da superfície, 
para desvendar o mistério,
puseram-se a fazer escavações. 
Sim! eram os homens das minas, 
que um desabamento ali havia aprisionado. 
E ninguém suspeitava da sua existência, 
porque já haviam passado três ou quatro gerações! 
Mas a luz forte das lanternas não os ofuscou: 
eles estavam cegos 
– todos, homens, mulheres, crianças. 
Eles estavam cegos... e cantavam! 
QUINTANA, Mario. Baú de espantos. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. 

01. (PUC-PR) Os sinais de pontuação são importantes elementos de expressividade em textos de caráter poético. Assim, em “A voz subterrânea”, é CORRETO afirmar que

a) os pontos de exclamação nos versos 6 e 9 têm a mesma finalidade, a saber, rechaçar a incredulidade do autor frente os eventos apresentados. 
b) o travessão do verso 12 introduz um diálogo metafórico, por isso pode também ser entendido como um elemento de realce. 
c) as reticências do verso 13 pervertem o momento de maior tensão do texto, criando um paradoxo entre as duas orações do mesmo verso. 
d) a vírgula do verso 6 possibilita a ordem indireta da oração adjetiva do verso 7, pois introduz uma explicação quando uma restrição era esperada. 
d) os dois-pontos usados no verso 10 servem para introduzir uma elucidação sobre a afirmação feita antes desse sinal, no mesmo verso.

02.  (PUC-PR) Os acontecimentos descritos por Quintana em seu texto podem ser postos em ordem cronológica pelo leitor: “havia aprisionado” > “ouvia-se” > “puseram-se”. Sobre os tempos verbais dessa relação, é CORRETO afirmar que

a) o pretérito imperfeito do indicativo é o evento mais recente, uma vez que descreve um evento pontual no passado sem duração de tempo. 
b) o pretérito perfeito do indicativo representa o evento intermediário, já que denota uma ação cujo acontecimento é duradouro no passado. 
c) o pretérito imperfeito do indicativo descreve a ação mais passada em relação às outras duas, porque é o tempo verbal dos eventos contínuos. 
d) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo veicula o evento mais anterior, pois se refere a uma ação que acontece antes das outras. 
e) o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo tem o mesmo valor do pretérito perfeito do indicativo, dado que indicam simultaneidade.




01. E - a) Incorreta, pois eles não rechaçam a incredulidade, pelo contrário.  b) Incorreta, pois não há realce.  c) Incorreta, pois eles o introduzem, não o pervertem.  d) Incorreta, pois a vírgula nada tem a ver com a inversão.  e) Correta. Os dois-pontos explicam a afirmação anterior. 
02. D - a) Incorreto. Trata-se do pretérito perfeito.  b) Incorreto. Trata-se do pretérito imperfeito.  c) Incorreto. Trata-se do pretérito mais-que-perfeito, porém sem a noção de continuidade.  d) Correto. Esse é o uso do pretérito mais que perfeito do indicativo.  e) Incorreto. Ambos expressam noções diferentes, nenhuma de simultaneidade. 

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