Com a independência [dos países africanos], não
houve uma revalorização da África tradicional?
Houve. Sobretudo nos meios artísticos e intelectuais.
Assistiu-se a um renascimento da música, da dança e do
teatro tradicionais. A história do continente foi revista
com entusiasmo. [...]
Já a posição dos políticos foi na maioria dos casos
contraditória. Valorizavam as tradições e o passado. Mas
como tradição e passado.
(Alberto da Costa e Silva.
A África explicada aos meus filhos, 2008.)
A limitada valorização da África tradicional, pelos
políticos, pode ser explicada pela sua disposição de
a) eliminar os resíduos da presença europeia no continente e integrar as economias nacionais ao mercado
internacional.
b) eliminar as fronteiras nacionais e restabelecer formas
e padrões de sociabilidade locais.
c) estimular o artesanato local e extinguir os preconceitos
étnicos e sociais impostos pelos colonizadores.
d) ampliar a integração entre os povos africanos e evitar
a influência cultural dos países do Ocidente.
e) manter as estruturas políticas herdadas dos colonizadores e neutralizar o poder das chefias tradicionais.
Resposta: E
Entre os numerosos males que afligem a maioria dos
países africanos e que são atribuídos à herança
neocolonialista, a organização política com um verniz
ocidental de caráter republicano tem sido um dos mais
marcantes, pois favoreceu a ascensão de políticos
ambiciosos, corruptos e tirânicos em muitos países do
continente negro. Alegando a necessidade de se
adequarem à modernidade, tais governantes
sufocaram autoridades tradicionais, representantes de
uma estrutura caracteristicamente africana.