(SANTA CASA 2017) - QUESTÃO

Com a independência [dos países africanos], não houve uma revalorização da África tradicional? 

Houve. Sobretudo nos meios artísticos e intelectuais. Assistiu-se a um renascimento da música, da dança e do teatro tradicionais. A história do continente foi revista com entusiasmo. [...] 
Já a posição dos políticos foi na maioria dos casos contraditória. Valorizavam as tradições e o passado. Mas como tradição e passado.
(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.) 

A limitada valorização da África tradicional, pelos políticos, pode ser explicada pela sua disposição de 

a) eliminar os resíduos da presença europeia no continente e integrar as economias nacionais ao mercado internacional. 
b) eliminar as fronteiras nacionais e restabelecer formas e padrões de sociabilidade locais. 
c) estimular o artesanato local e extinguir os preconceitos étnicos e sociais impostos pelos colonizadores. 
d) ampliar a integração entre os povos africanos e evitar a influência cultural dos países do Ocidente. 
e) manter as estruturas políticas herdadas dos colonizadores e neutralizar o poder das chefias tradicionais.

                                                                                                                             Resposta: E

Entre os numerosos males que afligem a maioria dos países africanos e que são atribuídos à herança neocolonialista, a organização política com um verniz ocidental de caráter republicano tem sido um dos mais marcantes, pois favoreceu a ascensão de políticos ambiciosos, corruptos e tirânicos em muitos países do continente negro. Alegando a necessidade de se adequarem à modernidade, tais governantes sufocaram autoridades tradicionais, representantes de uma estrutura caracteristicamente africana.