“O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira
Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um
escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim
todos os apetrechos das grandes capitais.
(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907.
Extraído de www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.)
A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil, no início do século XX, é correto afirmar que:
a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D.
Pedro II.
b) A cidade expressava as contradições de um processo de transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras
décadas da República.
c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela sociedade carioca como sinônimo da modernização
republicana obtida pelo tenentismo.
d) A modernização representou um processo de exclusão social e cultural, patrocinado pelo governo francês, que
financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira.
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RESPOSTA B
A proclamação da República trouxe a construção de um novo imaginário social, dentro do qual a capital do país, a
cidade do Rio de Janeiro, devia se afastar de seu passado imperial para se revestir de um ar mais moderno e
contemporâneo. Empossado como prefeito do Rio de Janeiro, o arquiteto Pereira Passos inicia um profundo
processo de reforma urbana entre 1902 e 1906, responsável por acentuar as contradições internas daquela
sociedade. Se por um lado a elite carioca mantinha sua preferência pelos costumes e hábitos importados da França,
como os cafés e os estilos arquitetônicos, os bairros periféricos ainda conviviam com a violência e a precariedade
impostas pela desigualdade social gritante.
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